A única palavra que me ocorre é vergonha. Vergonha de fazer parte do corpo estudantil de uma Faculdade onde, em pleno século XXI, há senhores que por detrás do manto do grau académico (leia-se hipocrisia) utilizam aulas onde deviam ensinar para doutrinar.
Recordo que a cadeira em causa é leccionada no 1º ano do curso. São portanto mulheres e homens que alguns nem 18 anos têm e acabaram de entrar num universo ao qual não estão habituados. Se naquela casa o que um professor mais austero diz já é doutrina inequivoca e inquestionavel, para um aluno do primeiro ano é mesmo lei.
Estamos perante uma situação que deve ser levada a sério. Quando fiz o meu primeiro ano houve situações semelhantes. Não está aqui em causa a competência do Senhor Professor, nenhum aluno ou ex-aluno a põe em causa.
O Senhor Professor nunca conseguiu separar o que é leccionar direito constitucional e o que é doutrinar sobre as suas convicções politicas, religiosas ou sociais. Nas aulas de direito, doutrina os seus alunos com as suas convicções.
E isso é inaceitável numa Faculdade de Direito de um Estado de Direito democrático onde se deve respeitar a pluralidade e a diversidade de opinião.