sexta-feira, 1 de maio de 2009

Reacções mais graves que um Vital banho

O acontecimento já é triste, a reacção ao mesmo foi pior ainda.

Se Nuno Melo, Miguel Portas e principalmente, diga-se, Paulo Rangel souberam reagir com o bom-senso e a postura que o momento exigia, já Carvalho da Silva desresponsabiliza-se dizendo que "Não foi a CGTP", "foi um ou outro trabalhador". E o seu líder, Jerónimo de Sousa, segue o mesmo caminho. Eu não vi, não fui eu, não comento. Todos os partidos repudiam este acto, espante-se, com excepção de um...

É muito triste que 35 anos depois de Abril esta esquerda ainda não tenha percebido a sua luta. Eles de lutar, gritar e de manifestar gostam. Só é pena ainda não terem percebido contra quem deveriam lutar, gritar e manifestar-se.

Esta esquerda mais radical tem de perceber que a sua contestação não deve ser contra o Partido Socialista. Defendo um país orientado, de forma responsável, por politicas de esquerda. Esse caminho só será possível quando o PCP, o Bloco e todas as outras forças de esquerda perceberem que podem, e devem, ser muito mais que uma força de bloqueio. A esquerda pode, e deve, estar unida para seguirmos junto a um caminho mais justo e mais fraterno.

2 comentários:

Joao disse...

Carissimo Pedro,

Algumas confusões graves que convém desfazer, não se vá dar o caso de alguém ler o teu blog e achar que o que dizes são verdades absolutas e não, apenas, as tuas verdades:
- Quem é Carvalho Fernandes? Querias dizer Carvalho da Silva...?
-Porque é que o Jerónimo de Sousa haveria de vir manifestar-se sobre o assunto quando toda a comunicação social diz que o "PCP agrediu o PS"? Trata-se de aproveitamento político, é natural que a reacção tenha de ser pensada...
-O Jerónimo de Sousa não é lider da CGTP...
-A CGTP está efectivamente relacionada com o PCP e partilha com este muitos dos seus quadros. Mas se isso te parece criticável pois então, embora enquanto sejas apoiante do PS, não puderás deixar de criticar exactamente a mesma situação entre PS e a UGT, que se misturam a vários níveis, da mesma forma.
-Ao contrário do que afirmas não é nem natural nem desejável o distanciamento entre partidos e sindicatos. Em todos os países da Europa ao longo de toda a história tem havido uma forte ligação entre partidos de esquerda e sindicatos. Basta pensares no UK e no Partido Trabalhista. Exprimenta uma pesquisa no Wikipedia: "In many countries unions are tightly bonded, or even share leadership, with a political party intended to represent the interests of working people. Typically this is a left-wing, socialist, or social democratic party". É a ideologia politíca que mobiliza homens e mulheres para se organizarem e defenderem os interesses dos trabalhadores. Se não for a ideologia a fazer os mexer os homens de forma desinteressada em campos que são claramente políticos então o que sobra? Dinheiro, como no US! Bem pior... Interesses mafiosos!
-Por fim é preciso perceber porque é que o Vital foi agredido! Não foi por orientação política como é óbvio. Foi por raiva pura! De quem? Das pessoas que se manifestavam! Se alguns seriam militantes do PCP pois então só pode ser porque nesse partido se leva a sério a lealdade. Quando o Vital Moreira era deputado do PCP foi o PS que destruiu o socialismo que o PCP tentava por na rua com a reforma agrária e as nacionalizações. Foi a lei Barreto e o Soares que acabaram com essa revolução. Foi o Soares que acabou com o PREC do Cunhal, do MFA e dos camponeses. Portanto não vai haver união de esquerda, porque estes partidos são água e azeite. O PS já mais vai reconhecer as suas raízes socialista...

Acabemos com estas reacções media-políticas a tentar aproveitar estes acontecimentos colando chavões que são impossíveis de compreender e aceitar nos dias de hoje...

Pedro Pavia Saraiva disse...

Caro João,

Em primeiro lugar obrigado pela chamada de atenção. Já fiz a devida correação, queria de facto dizer Carvalho da Silva e não Carvalho Fernandes.

O caso da reação, ou da não reação, de Jerónimo. Tendo sido este o acontecimento politico do dia o líder comunista foi questionado (tal como Miguel Portas, Nuno Melo ou o teu Paulo Rangel) e ao contrario destes, que tambem não estavam na Alameda e não viram, comentaram com dignidade e bom senso o acontecimento.

Quanto á separação de sindicatos e partidos politicos. O que digo e escrevo não são verdades absolutas, são as minhas opiniões e as minhas verdades. A meu ver os interesses de um partido politico e os de um sindicato não são, de todo, os mesmos. Sendo até variadas vezes diversos e opostos. Não falei na UGT porque não era a UGT que estava em causa, mas acho que é implicito que o que digo sobre a relação PCP/CGTP digo, mutatis mutandis, sobre o PS/UGT.

Quanto ás impossibilidades de entendimento. Quero acreditar que a água é a esquerda e o azeite a direita, quero acreditar que no amanhã a esquerda vais esquecer os desentendimentos do passado em nome de um futuro comum. Chama-me lirico mas quero acreditar que a união da esquerda vai governar melhor, quero acreditar que a união faz a força...