Como foi Portugal, como é Portugal e como será Portugal? Numa época de dificuldade e incerteza é fundamental conhecer a historia para se perceber o presente e melhorar o futuro. Muito se queixam do nosso País, mas o que é um País que não o conjunto dos seus habitantes? Dos seus antepassados e das opções destes?
É fácil queixar-mo-nos, é fácil dizermos que tudo funciona mal, é fácil apontar o dedo. Esta mania muito nossa é provável que exista desde 1095, já ai alguém certamente se queixou e disse "oh Afonso lá tás tu com a mania das grandezas". Mas D.Afonso Henriques sonhou alto e tornou-se o primeiro Rei de Portugal. Quando D.João partiu alem mar para navegar por mares nunca antes navegados alguém há de ter dito "epa deixa-te la disso, a malta anda por Ceuta que já estamos bem" . Mas D.João sonhou alto e fez de Portugal o maior país do Mundo.
Uma historia rica que vai da monarquia, passa por Teófilo Braga e chega a António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Muda-se o regime, numa revolução sem sangue, pela mão de Álvaro Cunhal e Salgueiro Maia. Um país que evoluiu pela mão de Mário Soares e Cavaco Silva e que hoje é comandado por José Sócrates.
Uma historia que conta com Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa e José Saramago que elevaram a escrita em português a um patamar de excelência. Uma historia com Eusébio e Amália, com Figo e Mariza que são símbolos em todo o Mundo de um Portugal global e multi cultural.
A história já se encarregou de nos mostrar que aqui tem sucesso que sonha alto. Aqui tem sucesso que pensa na possibilidade que todos os outros apelidam de loucura. Aqui tem sucesso quem olha para alem do óbvio.
Chega de nos queixar-mos do Estado, dos partidos políticos, das empresas publicas, das empresas privadas de tudo o que é pessoa singular ou colectiva. Em Portugal tudo o que existe já foi vitima de queixa por alguma razão. Se dá trabalho, paga mal ; se paga bem, trabalha muito ; se tem ar condicionado está frio, se não tem está calor.
É chegada a hora de dizer basta. É errada a ideia, muito generalizada e enraizada na minha geração, que já não há lutas, combates ou causas. Claro que há! Arrisco-me a dizer que há como nunca houve. Cabe-me a mim e aos meus companheiros de geração a mais difícil das batalhas. Pior que vencer os Espanhóis em Aljubarrota, atravessar oceanos ou fazer revoluções pacificas. Cabe-me a mim e aos companheiros de geração lutar para mudar mentalidades. Trazer esperança e crença às instituições da Republica. Não com clichés nem com ideias esbatidas, vulgo "Yes We Can". Nós merecemos muito mais que três palavras. Nós merecemos uma geração que lute por este país, que lute com ideias estruturadas e não com chavões.
Eu sinto-me parte dessa geração. Eu quero que essa seja a minha luta. Tenho por objectivo trazer animo, esperança aos meus concidadãos. Quero mostrar-lhes que é possível acreditarmos que somos capazes de lutar pelo nosso Portugal, que somos capazes de perceber o passado e melhorar o futuro, o nosso futuro. Porque somos nós que fazemos este país que nos enche de orgulho.
Como diria Harvey Milk "I'm here to recruit you!" ! Resta saber quem vem comigo para a guerra, a guerra dos valores, a guerra que o nosso país merece.
"Vivemos na tuga, um país que até é bem tranquilo
Se me dessem a escolher não dava um vacilo
Não é perfeito nem nada que se pareça
Ainda depende de nós para que muito aconteça
O que acaba por ser porreiro porque te dá motivação
Não temos nada garantido na palma da mão
Há mesmo sítios onde a esperança quase já não existe
O que vale é que há sempre alguém que resiste
E insiste em fazer a diferença para melhor
Dá tudo por tudo com muito sangue e suor"
Carlos Nobre
3 comentários:
Presente!
Vamos à luta. Por Portugal, pela humanidade! Já chega de queixumes. O caminho está lá à frente, o resto é conversa.
Bom texto. Abraço
Nesta eterna conversa, mais batida que as ruas do Intendente, existe o 8 e ou o 80. O "Bota Abaixo" e o "Tudo em cima".
Já li contributos como o teu mais de mil vezes. "Bora lá Portugal, a Lua é o nosso limite". É a paixão típica da pós-adolescência / pré-adultice. Acho óptimo. Como disse Churchill, "quem não é comunista aos 18 não dará um bom pai". Quem não tem ideias e ideologias e não se apaixona por elas nesta fase da vida, é porque foi vencido pela apatia.
Agora a questão vai muito além da declaração de intenções!
Como para um alcólico, o primeiro passo da recuperação está na admissão do problema. É bom que o povo deste país consiga reconhecer problemas onde eles existem. De outra forma jamais haveria a vontade e o ímpeto da mudança. Não há nada de mal no facto de nos queixarmos! Já o disse noutra ocasião, mas repito:
PORTUGAL: maiores taxas de probreza da europa, menor número de licenciados, elevadissíma taxa de desemprego, maior fosso entre ricos e pobres da europa, muito baixo pib per capita... Conseguimos ir por aí fora, Portugal é de facto um país atrasado com problemas graves, que apesar da sua situação geográfica e longa cultura de civilização contínua muito aquém das suas possibilidades. Para isso temos a culpar pessoas como Salazar, Cavaco e Socrates, e quem o aceitou / elegeu. Evoluímos muito, como o mundo também evoluíu no último século, mas não foi suficiente.
Podemos ter orgulho dos Figos e Ronaldos, das Amálias e Marizas deste a país, mas eles não nos põe pão na mesa, eles não tiram ninguem da rua, e certamente, não contribuem para o desenvolvimento social. Muito pelo contrário, eles são umas gotas de ópio que para nada mais servem que para alienar o nosso povo, e por um freio no rol de justas acusações.
Que o povo reconheça problemas, óptimo. Mas não é o povo que faz a mudança sem mais nem menos. Objectivamente, responde a ti próprio de que forma vais contribuir para um país melhor? A verdade é que enquanto elemento de uma massa populacional nada podes fazer, que não seja seres mais produtivo. Trabalhares mais e melhor, gerares mais riqueza, desempenhares o teu (mui redutor) papel na sociedade.
A verdadeira evolução vem com a política orientada para o desenvolvimento social, com a educação do povo. De baixo para cima e de cima para baixo. Sem polítiquices, sem políticas do capital, sem códigos de trabalho que despromovem a vida das pessoas.
"A verdadeira evolução vem com a política orientada para o desenvolvimento social, com a educação do povo. De baixo para cima e de cima para baixo"
Assino por baixo.
Não tenho a menor das dúvidas que a educação do povo é fundamental. É o primeiro dos passos para um futuro mais brilhante. O desenvolvimento social só é possível com politicas de esquerda. Uma esquerda moderna e responsavel, mas sem estigmas e complexos em afirmar de pulmões cheios que é de esquerda.
Segundo Churchil serei então um óptimo pai. Não quero nunca ser vencido pela apatia. Não sou dos do 80, do "tudo em cima". Não sou é, felizmente, dos conformados. Luto pelos meus principios, posso ter um papel mui redutor na sociedade. Mas acredito que tenho o meu papel.
Acredito que vai haver quem me queira seguir nesta luta, acredito que um dia alguem vai ter em mim, e acredito que um dia o meu papel não será assim tão redutor.
Cumprimentos
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